Na última quinta-feira (23), a Alphabet, empresa controladora do Google, confirmou que um spyware italiano foi utilizado para espionar smartphones do Google e Apple na Itália e no Cazaquistão.
O spyware foi identificado na empresa RCS Lab, que atua como uma desenvolvedora de ferramentas de espionagem, e já trabalhou com unidades da polícia europeia. Fundada em 1993, consegue interceptar dados, vozes e rastrear alvos, lidando com aproximadamente 10 mil alvos diários apenas na Europa.
Embora a companhia diga que todos os seus produtos e serviços obedecem às leias europeias, a RCS Lab reitera que não compactua com nenhum tipo de atividade ilegal por parte de seus clientes.
A situação preocupa o Google, que afirma que esse tipo de conduta pode ajudar na “proliferação de ferramentes de hacking perigosas e armar governos que não conseguiriam desenvolver esse tipo de tecnologia internamente”.
Na visão de Bill Marczak, pesquisador de segurança digital do Citizen Lab, o spyware não é dos mais poderosos já conhecidos, como o Pegasus, mas tem a capacidade de ler mensagens e visualizar senhas.
Mas, para Bill Leonard, pesquisador sênior do Google, é possível que os alvos da ferramenta tenham algum tipo de relação com o governo.
Tanto o Google quanto a Apple já tomaram medidas para revogar o acesso dessas ferramentas em sistema operacionais Android e iOS. O governo do Cazaquistão e da Itália ainda não se manifestaram sobre o ocorrido.