De acordo com dados da Pesquisa Anual de Comércio (PAC) 2020, publicados hoje (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os salários no comércio caíram 5,7% em 2020 ante 2019 em termos reais (descontada a inflação).
Na comparação com 2014, o recuo em 2020 foi de 7,8% nos salários em termos reais.
Segundo o IBGE, na evolução por salários-mínimos, o patamar de salário médio mensal do trabalhador do setor ficou em 1,8 salário-mínimo em 2020, abaixo dos 1,9 salário-mínimo de 2019; e repetindo patamar observado em 2012.
Na PAC referente ao ano de 2020, o instituto chama atenção para a queda de salário em comércio, veículos, peças e motocicletas. Nesse setor, os salários diminuíram 8,9% em 2020 ante 2019. Na comparação com 2014, o recuo foi de 20%, acrescentaram ainda os pesquisadores do instituto.
No varejo, as quedas de salário foram de 7,2% em 2020 ante 2019, com recuo de 7,6% ante 2014. Em contrapartida, no setor atacadista, o saldo negativo foi menos intenso, pontuou o IBGE.
No atacado, os salários caíram 0,7% na passagem de 2019 para 2020. Na comparação com 2014, a retração de salários no setor atacadista foi de 3,3% no ano em que a pandemia começou.
Análise de empregos por empresa
O estudo do IBGE demonstrou que, em 2020, cada empresa do comércio empregou, em média, sete pessoas.
Porém, o número de empregados por empresa difere de acordo com a categoria da companhia comercial. Na prática, empresas de maior porte demandam número médio de empregados maior.
Naquele ano, hipermercados e supermercados empregaram, em média, 134 pessoas por empresa; comércio por atacado de mercadorias em geral, tiveram média de 27 pessoas empregadas; e comércio por atacado de combustíveis e lubrificantes, tiveram média de 22 trabalhadores.
Em termo de concentração de empresas no comércio, os pesquisadores do IBGE apontaram que a atividade de hipermercados e supermercados registrou aumento médio em número de empregados, de 91 para 134 pessoas em 2020 ante 2019.
O resultado, segundo os analistas, foi consequência de uma redução no número de empresas, de 5,1 mil, nessa área no período. Então, este dado pode indicar maior prevalência da concentração das operações de hipermercados e supermercados em estabelecimentos maiores.
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