Na passagem de dezembro para janeiro de 2023, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial da zona do euro acelerou de 47,8 para 48,8 pontos, atingindo, assim, o maior patamar em cinco meses. Os dados fazem parte da pesquisa publicada nesta quarta (1º) pela S&P Global.
A agência ressaltou que a desaceleração do setor manufatureiro do bloco permaneceu no novo ano, com volumes de produção e novas ordens de fábrica caindo ainda mais.
Porém, taxas mais lentas de contração em ambos os casos sugeriram provisoriamente que o pior da crise do setor já passou. Em alguns países da zona do euro, o setor até registrou expansão da produção em janeiro.
No período, os estoques de produtos acabados caíram pela primeira vez desde maio do ano passado, enquanto as participações de pré-produção ficaram inalteradas, refletindo os esforços dos fabricantes para alinhar estoques com o ambiente econômico prevalecente.
Paralelamente, a atividade de compras continuou a cair, e os prazos de entrega dos fornecedores ficaram amplamente estáveis. Segundo a S&P Global, este dois fatores “ajudaram a reduzir as pressões de custos em toda a zona do euro, com a inflação de preços de insumos desacelerando para uma mínima de 26 meses”.
Consequentemente, os encargos de produção aumentaram em um ritmo mais rápido.
Resultados por países
Entre os países que são monitorados pela pesquisa (que respondem por cerca de 89% da fabricação total), os respectivos PMIs industriais subiram em toda a região no início de 2023.
No caso da França e da Itália, as condições do setor melhoraram marginalmente em comparação a dezembro.
Já na Irlanda, o PMI industrial ficou um pouco acima da marca de 50,0, sinalizando nenhuma mudança geral.
Em outros lugares, embora operando as condições pioraram novamente, as taxas de deterioração diminuíram.
complementa a agência
Particularmente, quedas acentuadas em novos pedidos de fábrica foram observadas na Áustria e Alemanha.
Sobre o cenário observado em janeiro, Chris Williamson, economista-chefe de negócios da S&P Global, comentou:
Embora os fabricantes da área do euro continuem a relatar produção em queda e carteiras de pedidos deterioradas em janeiro, sustentando a retração do setor pela oitava vez consecutiva, a imagem é consideravelmente mais brilhante do que os mínimos vistos em outubro do ano passado, indo para o inverno. Não somente tem a taxa de declínio da produção moderada agora por três meses consecutivos, mas o otimismo dos negócios em relação ao ano à frente também aumentou nos últimos três meses.
Segundo o economista, as preocupação com as restrições de gás e o aumento dos custos de energia deram lugar a uma aparência muito mais estável mercado de energia na Europa, embora em parte graças ao estado subsídios e clima ameno.
Ao mesmo tempo, as restrições da cadeia de suprimentos diminuíram consideravelmente, ajudando muitas empresas a reduzir seus atrasos de trabalho e aumentar a produção.
Williamson finaliza dizendo que a “economia ainda não sentiu o impacto total das taxas de juros mais altas, que devem aumentar ainda mais nos próximos meses, apresentando uma perspectiva potencialmente desafiadora”.
Entre em contato com a redação Money Crunch: imprensa@moneycrunch.com.br