O Índice de Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços do Brasil recuou pela primeira vez em 21 meses, mesmo que apenas de forma fracionária. Segundo a S&P Global, o índice foi de 50,7 para 49,8 pontos na passagem de janeiro para fevereiro.
Além de mostrar mais uma rodada de redução de postos de trabalho, os últimos resultados apontaram para uma reaceleração nas taxas de inflação tanto dos preços de insumos quanto dos preços de venda.
afirmou a S&P Global em pesquisa publicada nesta sexta (3).
O resultado de fevereiro apontou para uma nova contração no índice de produção. As empresas citaram as condições de demanda fraca como principal causador, mas outras também ressaltaram preocupação com os cenários econômico e político do país.
O volume de novos pedidos foi restringido pela incerteza futura entre os clientes e, mesmo que tenha sido de forma superficial, as vendas diminuíram pela 1ª vez em 22 meses.
No referente aos custos, o índice de preços de insumos aumentou ainda mais em fevereiro, com empresas de serviços relatando preços mais altos de alimentos, combustível, mão de obra e serviços públicos.
Também houve queixas sobre as pressões inflacionárias à desvalorização da moeda e o restabelecimento do imposto sobre vendas ICMS. O aumento geral das despesas foi o mais acentuado em três meses.
Novamente, as empresas de serviços seguiram transferindo os aumentos de custos aos clientes, estendendo a atual sequência de inflação para 28 meses.
O índice de preço de bens finais subiu a um ritmo acentuado, o mais acelerado desde julho de 2022 e acima da média de longo prazo.
A inflação dos custos foi a mais acentuada no subsetor de Serviços ao Consumidor, enquanto o
aumento mais acentuado nos custos de produção foi observado em Finanças e Seguros.
A pesquisa demonstrou que, em fevereiro, as empresas continuaram com um excedente de capacidade: os negócios pendentes diminuíram pelo nono mês consecutivo e de forma acentuada, embora em um ritmo mais lento desde meados de 2022.
Consequentemente, as iniciativas de reestruturação e a queda nas vendas levaram as empresas a reduzir os números da folha de pagamento na metade do primeiro trimestre.
A última contração no índice de emprego foi a terceira em meses consecutivos, embora tenha sido, no geral, superficial.
Expectativas
Mais da metade (56%) dos participantes da pesquisa preveem um aumento na atividade de negócios ao longo dos próximos 12 meses, enquanto 8% antecipam uma redução.
Onde o crescimento foi previsto, as empresas estavam confiantes em uma retomada nas vendas e políticas econômicas favoráveis. Publicidade e investimento também contribuíram para o
apontou a agência
otimismo. O nível geral de sentimento positivo foi o mais alto em quatro meses.
Pollyanna De Lima, diretora associada econômica da S&P Global, comentou sobre os dados de fevereiro:
“Depois de ver as taxas de crescimento reduzirem a cada mês desde as eleições presidenciais, o setor de serviços do Brasil entrou em contração em fevereiro. Os participantes da pesquisa observaram uma maior relutância entre os clientes na solicitação de serviços devido à incerteza futura. Além de relatar uma fraca demanda subjacente, as empresas citaram baixos níveis de tráfego”.
PMI composto do Brasil também registra contração
O relatório publicado pela S&P Global também mostrou que a economia do setor privado do Brasil permaneceu em território de contração em fevereiro, já que os provedores de serviços se juntaram aos fabricantes na queda.
O Índice de Produção Consolidado ficou em 49,7 pontos em fevereiro, ante os 49,9 registrados em janeiro.
Houve quedas consecutivas no índice de novos pedidos feitos a empresas do setor privado em fevereiro. Embora superficial, o ritmo de contração foi o mais rápido em 22 meses. As taxas de redução
foram, em geral, semelhantes entre as empresas do setor industrial e suas contrapartes de serviços
O emprego diminuiu de forma ainda mais forte no nível composto, mesmo que em um ritmo mais lento na atual sequência de três meses de redução.
A taxa agregada de inflação dos preços de insumos subiu para a mais alta em sete meses, com aumentos nos setores da indústria e serviços. Ao mesmo tempo, os preços cobrados por bens e serviços subiram no ritmo mais rápido desde agosto de 2022.
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