Na mais recente série de tuítes que fazem parte do “Twitter Files”, o jornalista Matt Taibbi revelou informações sobre como ocorreu colaborações do Twitter com o FBI, mais especificamente durante o período que a CIA enviou avisos para a rede social sobre um livro alegando que Joe Biden seu filho Hunter Biden praticavam corrupção na Ucrânia.
A 11ª parte da série investigativa mostra que, entre as negociações feitas com o FBI – que envolviam o envio de e-mails contendo documentos e outras informações privilegiadas – estava uma mensagem da CIA alertando sobre um novo livro do ex-promotor ucraniano Viktor Shokin, que continha denúncias de corrupção do governo dos Estados Unidos, especificamente dos Bidens.
“Avaliamos com grande confiança que, no verão de 2020, membros de uma organização de influência russa, que é pelo menos parcialmente dirigida pela inteligência russa, estavam cientes de um plano de produção associado a um próximo livro”.
afirmava a mensagem exposta por Taibbi
Dessa forma, os avisos enviados pela CIA serviram como uma ferramenta para que o Twitter conseguisse moderar o conteúdo de forma que ele não chegasse a um público massivo. O apelido de “umbigo” dado ao FBI vem desta relação, que muitas vezes funcionava como ponto central da dinâmica da rede social.
A moderação do conteúdo em favor dos Bidens tem relação com as práticas que foram expostas na primeira parte do “Twitter Files”, que mostra mostra uma série de e-mails na forma de capturas de tela com discussões internas feitas para censurar a história de Hunter Biden na plataforma.
Shokin foi o principal promotor da Ucrânia de 2015 a 2016, antes de ser demitido por supostamente fechar os olhos para a corrupção. Seu livro reitera alegações de que a Burisma, empresa de energia ucraniana da qual Hunter Biden era membro do conselho, pagou a Hunter milhões de dólares para impedir que os promotores reprimissem a corrupção na empresa.
Shokin também afirma que o próprio Joe Biden ordenou que ele fosse demitido antes que ele pudesse resolver o caso, porém, relatórios revelaram que Hunter nunca esteve envolvido em nenhuma investigação.
A thread de Taibbi também faz referência ao desentendimento que o Twitter teve com o Global Engagement Center (GEC) do Departamento de Estado, em fevereiro de 2020.
Os memorandos internos compartilhados pela thread indicam que a agência de inteligência sinalizou desinformação russa e chinesa sobre o coronavírus, destacando contas como ‘personas e proxies russos’ que estavam ‘descrevendo o Coronavírus como uma arma biológica projetada’, culpando ‘pesquisas conduzidas no instituto de Wuhan’ e ‘atribuindo o surgimento do vírus à CIA’.
Enquanto isso, o Twitter tentava reprimir quem tinha acesso a Yoel Roeth, ex-chefe de segurança, que estava ocupado coordenando solicitações de agências de inteligência. Como consequência por não ter uma resposta do Twitter, o GEC decidiu tornar públicas suas próprias descobertas sobre desinformação.
A agência publicou uma lista de quase 250.000 dessas contas ao público, juntamente com outra lista de 5.500 contas alegava que ‘amplificaria a propaganda e desinformação chinesa’ sobre a COVID.
Roth viu a ação do GEC como uma tentativa do GEC de usar informações de outras agências para ‘inserir-se’ no clube de moderação de conteúdo que incluía Twitter, Facebook, FBI, DHS e outros.
disse o jornalista
Em seguida, o FBI alertou a empresa de que o GEC queria estar nas ligações do setor entre a mídia social e os líderes de inteligência. Mas Yoth se mostrou hesitante em deixar o GEC ingressar, já que a agência, operando sob o governo Trump na época, era muito política, ao contrário do FBI e do Departamento de Segurança Interna, que Roth apelidou de ‘apolítico’ em um e-mail de 6 de maio de 2020.
Um ex-funcionário do Departamento de Defesa disse à Taibbi: “Acho que eles achavam que o FBI era menos trumpista”.
Além disso, Roth sugeriu em outro e-mail enviado em abril que trazer o GEC para a mesa representaria ‘grandes riscos’ à medida que as eleições de 2020 esquentassem.
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