Após registrar uma alta de 0,21% em janeiro, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) recuou 0,06% em fevereiro. Dessa forma, o índice acumula alta de 0,15% no ano e de 1,86% em 12 meses, de acordo com dados divulgados nesta segunda (27) pelo FGV IBRE.
Segundo André Braz, Coordenador dos Índices de Preços, o recuo foi principalmente influenciado pelo alívio nos preços de commodities.
“O recuo dos preços de grandes commodities – com destaque para soja (de -0,92% para -3,68%) e bovinos (de 0,65% para -2,74%) – sustenta o IPA em queda e contribui para um novo recuo da taxa em 12 meses, que passou de 3,00% para 0,42%, o menor patamar desde março de 2018, quando caíra 1,22%. A inflação ao consumidor também cedeu diante da contribuição menos intensa do grupo Educação, Leitura e Recreação, cuja variação média desacelerou de 2,04% para 0,46%. Por fim, o INCC também registrou inflação mais baixa, influenciado pelo comportamento da mão-de-obra (de 0,77% para 0,10%), que registrou alta discreta em comparação ao mês anterior”, afirmou o pesquisador.
Componentes
Índice de Preços ao Produtor Amplo
Entre os subíndices componentes do IGP-M, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 0,20% em fevereiro, após variar 0,10% em janeiro.
Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais variou 0,29% em fevereiro. No mês anterior, a taxa do grupo havia caído 0,05%.
A principal contribuição veio do subgrupo combustíveis para o consumo, cuja taxa passou de -4,38% para 4,07%, no mesmo período.
O índice relativo a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o
consumo, caiu 0,17% em fevereiro, após alta de 0,10% no mês anterior.
Já a taxa do grupo Bens Intermediários passou de -1,06% em janeiro para -0,98% em fevereiro. O principal responsável por este movimento foi o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cujo percentual passou de -5,05% para -3,07%.
O índice de Bens Intermediários (ex), obtido após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, caiu 0,56% em fevereiro, ante queda de 0,21% em janeiro.
O estágio das Matérias-Primas Brutas variou 0,20% em fevereiro, após alta de 1,55% em janeiro. Contribuíram para alta menos intensa do grupo os seguintes itens: minério de ferro (9,26% para 3,50%), soja em grão (-0,92% para -3,68%) e bovinos (0,65% para -2,74%).
Por outro lado, a FGV destacou os seguintes itens: leite in natura (0,22% para 3,53%), café em grão (2,12% para 7,93%) e cana-de-açúcar (-0,60% para 0,88%).
Índice de Preços ao Consumidor
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,38% em fevereiro, após alta de 0,61% em janeiro.
Neste caso, cinco das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação, com a principal influência vindo do grupo Educação, Leitura e Recreação (2,04% para 0,46%).
Nesta classe de despesa, a FGV destacou o comportamento do item passagem aérea, cuja taxa passou de -0,21% em janeiro para -4,08% em fevereiro.
Também registraram decréscimo em suas taxas de variação:
- Alimentação: 0,61% para -0,01%
- Transportes: 0,60% para 0,19%
- Vestuário: 0,25% para 0,09%
- Comunicação: 0,79% para 0,77%
Nestas classes de despesa, vale mencionar os seguintes itens: hortaliças e legumes (2,10% para -6,63%), gasolina (0,72% para -1,00%), roupas (0,24% para 0,11%) e tarifa de telefone móvel (0,27% para -0,31%).
Porém, os grupos Despesas Diversas (0,26% para 1,69%), Habitação (0,09% para 0,37%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,56% para 0,73%) registraram acréscimo em suas taxas de variação.
Estas classes de despesa foram influenciadas pelos seguintes itens: serviços bancários (0,15% para 2,61%), aluguel residencial (-0,74% para 1,03%) e artigos de higiene e cuidado pessoal (0,32% para 0,82%).
Índice Nacional de Custo da Construção
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,21% em fevereiro, ante 0,32% em janeiro. Os
três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de janeiro para
fevereiro:
- Materiais e Equipamentos: -0,26% para 0,16%
- Serviços: 0,53% para 1,10%
- Mão de Obra: 0,77% para 0,10%
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