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Jerome Powell diz que não descarta outro aumento “incomumente” alto dos juros

Em coletiva realizada após a decisão do Fed, nesta quarta (27), o presidente do banco central norte-americano, Jerome Powell, afirmou que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) está “muito comprometido” a reduzir inflação, que está “muito alta” nos Estados Unidos.

Por decisão unânime, o BC decidiu elevar os juros em mais 75 pontos-base, empurrando os Fed Funds, que são os juros básicos dos EUA, para a faixa entre 2,25% e 2,50% ao ano.

“Temos as ferramentas de que precisamos e a determinação necessária para restaurar a estabilidade de preços em nome das famílias e empresas americanas”

disse Powell

Em seu discurso, o presidente declarou que a economia e os Estados Unidos em si se mostraram “resilientes” nos últimos dois anos e meio apesar dos desafios enfrentados. Contudo, ainda reforçou a necessidade de baixar a inflação “muito alta” em meio a um mercado de trabalho “extremamente apertado”, com o crescimento salarial se intensificando e uma desaceleração significativa no consumo dos consumidores norte-americanos.

“É essencial que reduzamos a inflação para nossa meta de 2%, se quisermos ter um período sustentado de fortes condições do mercado de trabalho que beneficiem a todos do ponto de vista do nosso mandato de promover o máximo de emprego e estabilidade de preços”

Segundo ele, outro aumento de juros “incomumente alto” pode ser apropriado nos Estados Unidos. Seguindo os passos do Banco Central Europeu (BCE), que abandonou o forward guidance, orientação futura da política monetária aos mercados, o ideal a se fazer é decidir o tamanho da alta nas taxas a cada reunião.

“Vamos tomar decisões reunião por reunião. Achamos que é hora de (decidir o aumento dos juros) em reunião por reunião e não fornecer o tipo de orientação clara que fornecemos no caminho para os juros neutros”

As futuras decisões referentes à política monetária vão depender de dados e da situação econômica dos Estados Unidos, mas, outro “aumento incomumente alto dos juros pode ser apropriado”.

“Prevemos que aumentos contínuos serão apropriados. O ritmo desses aumentos continuará a depender dos dados recebidos e das perspectivas em evolução para a economia”

Ao comentar o atual cenário, ele disse que, ainda que preços de algumas commodities tenham reduzido, a guerra na Ucrânia criou pressão na inflação.

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