No trimestre encerrado em janeiro de 2023, a taxa de desemprego no Brasil ficou em 8,4%, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada hoje (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado é quase o mesmo do trimestre anterior, encerrado em outubro de 2022, quando ficou em 8,3%. Além disso, é o menor para o período (novembro a janeiro) desde 2015.
“Essa estabilidade ainda seria uma repercussão da redução da procura por trabalho nos meses de novembro e dezembro de 2022 sobre o início de 2023″, explicou Adriana Beringuy, coordenadora da Pnad Contínua.
Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, houve queda de 2,9 pontos percentuais (p.p.).
Ocupação e desocupação
O IBGE apontou que o ontingente de pessoas desocupadas no trimestre foi de 9,0 milhões, o mesmo do trimestre terminado em outubro, mas com registro de queda de 3 milhões de pessoas na comparação anual, quando havia 12 milhões de pessoas nessa condição.
O nível de ocupação, que mede o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, foi estimado em 56,7%, igual ao percentual alcançado no mesmo trimestre de 2016.
Já o contingente de pessoas ocupadas foi de 98,6 milhões, o que representa uma queda de 1 milhão de pessoas em relação ao trimestre terminado em outubro.
“Pelo lado da ocupação, o registro é de queda no trimestre, após uma sequência de expansão do número de trabalhadores nos trimestres móveis de 2022. No confronto anual, o contingente de ocupados segue crescendo, com alta de 3,4%. Então, se pelo lado da desocupação, há uma estabilidade, pelo lado da geração de trabalho o movimento já é de perda de ocupação. Observamos, assim, dois panoramas: em uma análise de mais curto prazo é observada uma queda na formação de trabalho enquanto no confronto com um ano atrás o cenário ainda é de ganho de ocupação”, disse a coordenadora.
Adriana afirmou que os resultados da pesquisa explicam o cenário observado ao final do trimestre móvel de novembro a janeiro, ressaltando que o “efeito conjugado entre a estabilidade da população desocupada e retração do número de trabalhadores, deixou a taxa de desocupação estável”.
Resultados por setor
Houve uma queda acentuada da ocupação nas atividades de Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, com uma retração de 272 mil pessoas, e de Administração pública, educação e saúde, com perda de 342 mil pessoas.
“Além dessas principais, houve variações negativas em outras atividades, embora não estatisticamente significativas, que apontam para uma perda de número de trabalhadores no início do ano, na virada do 4º trimestre de 2022 para o início de 2023”, avaliou Adriana Beringuy.
Crescimento do rendimento
Em comparação com o trimestre encerrado em outubro, o rendimento real habitual cresceu 1,6% no trimestre terminado em janeiro, para R$ 2.835, e 7,7% na comparação anual.
“Há alguns trimestres observamos um crescimento importante no rendimento dos trabalhadores, com o trimestre encerrado em janeiro sendo a terceira observação”, destacou Beringuy.
Entre os setores que influenciaram no crescimento, a coordenadora destacou a atividade de Alojamento e alimentação, que teve um aumento de 7%, Administração pública, saúde e educação, com aumento de 3,1%, e serviços domésticos, que expandiram o rendimento real em 2,2%.
No confronto anual, todas as atividades tiveram um ganho estatisticamente significativo dos seus rendimentos.
População desalentada
O contingente de pessoas desalentadas, que são pessoas da força de trabalho potencial que gostariam de trabalhar, mas que não buscaram trabalho por não entenderam que teriam êxito, foi de aproximadamente 4 milhões no trimestre terminado em janeiro.
Segundo o IBGE, essa estimativa representa uma redução de 5,3%, ou 220 mil pessoas, em relação ao trimestre terminado em outubro de 2022.
Ante o mesmo trimestre do ano anterior, o indicador apresentou também variação negativa (-16,7%), quando havia no Brasil 4,8 milhões de pessoas desalentadas.
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