No Relatório de Mercado Focus, publicado nesta segunda-feira (3) pelo Banco Central, a mediana para a alta do IPCA deste ano (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, a taxa de inflação oficial no país) recuou novamente, enquanto o PIB teve a 14ª alta seguida e a taxa Selic se manteve estável.
Abaixo, confira quais foram as projeções que o mercado financeiro considerou para os três principais indicadores econômicos:
IPCA
Para o ano de 2022, a previsão da inflação 5,88% para 5,74%, após a deflação de 0,37% no IPCA-15 de setembro. Esta foi a 14ª queda consecutiva da previsão. Há um mês, a mediana era de 6,61%.
Considerando as 64 estimativas atualizadas nos últimos 5 dias úteis, a mediana para 2022 passou de 5,77% para 5,65%. Para 2023, variou de 5,00% para 4,98%.
Porém, mesmo com a melhora considerável nas últimas semanas, as medianas divulgadas na Focus continuam a apontar para três anos consecutivos de estouro da meta, após o descumprimento do mandado do Banco Central em 2021, com o IPCA de 10,06%.
O alvo para 2022 é de 3,50%, com tolerância superior de até 5,00%, enquanto, para 2023, a meta é de 3,25%, com banda até 4,75%.
A projeção para 2023 interrompeu a sequência de seis semanas de alívio e foi mantida em 5,00%, contra 5,27% quatro semanas antes.
Já a mediana para o IPCA de 2024 foi mantida em 3,50%, contra 3,43% há um mês. A previsão para 2025 permaneceu em 3,00%, porcentual igual ao de 64 semanas atrás. A meta para ambos os anos é de 3,00%, com intervalo de 1,5% a 4,5%.
Na reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), realizada em setembro, as projeções para a inflação fora atualizadas com estimativas de 5,8% em 2022, 4,6 % em 2023 e 2,8% para 2024.
PIB
A expectativa para o PIB deste ano subiu de 2,67% para 2,70%, a 14ª alta seguida, contra 2,26% há um mês. O mesmo ocorreu com a estimativa de 2023, passando de 0,50% para 0,53%, ante 0,47% um mês antes.
Considerando apenas as 36 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2022 avançou de 2,70% para 2,75%. No caso de 2023, houve 36 atualizações nos últimos cinco dias úteis, com variação da mediana de 0,58% para 0,70%.
Ainda, o Boletim Focus indicou redução na projeção para o crescimento do PIB em 2024, de 1,75% para 1,70%.
Para 2025, a mediana foi mantida em 2,00%. Quatro semanas atrás, as taxas eram de 1,80% e 2,00%, respectivamente.
Além disso, o Focus mostrou estabilidade para o prognóstico da relação entre resultado primário e o PIB deste ano, com o superávit previsto mantido em 0,90%. Há um mês, o porcentual era de 0,30% do PIB. Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2022 continuou em 6,40%, contra 6,75% de um mês atrás.
O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.
Espera-se manutenção em 58,40% na projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2022. Esse valor era de 59,00% um mês atrás.
Em relação a 2023, a estimativa para a dívida líquida em relação ao PIB continuou em 63,23%, de 63,30% há um mês. A mediana para o déficit primário também seguiu em 0,50% do PIB e, para o rombo nominal, permaneceu em 7,70% do PIB. Os porcentuais eram os mesmos há quatro semanas.
Selic
Por fim, o mercado projeta que a taxa básica de juros do país deve terminar 2022 no mesmo patamar que se encontra atualmente, em 13,75%. E, no ano que vem, em 11,25%, indo em linha com as sinalizações dadas pelo Banco Central. Há um mês, os porcentuais previstos eram de 13,75% e 11,25%, respectivamente.
No Comitê de Política Monetária (Copom) de setembro, o BC manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano, decretando o fim do mais longo ciclo de alta de juros da história do comitê.
O BC indicou a manutenção da Selic nesse patamar por “período suficientemente prolongado” para alcançar a convergência da inflação para a meta, mas alertou que, caso a desinflação não ocorra como o esperado, pode voltar a subir os juros.
Porém, na última semana, os membros do Copom sinalizaram que o BC está confortável com o cenário que a Focus exibia para a Selic. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, declarou em coletiva do Relatório Trimestral de Inflação (RTI): “Usando a curva do Focus com corte em junho, mostramos que a gente atinge nossos objetivos”.
Mas o presidente evitou dizer quão “suficientemente prolongada” deve ser a manutenção da Selic em níveis elevados para se que chegue às metas de inflação.
“Deixamos claro que existem riscos para as projeções, que estamos vigilantes e que podemos inclusive voltar a subir os juros”, ressaltou.
Considerando apenas as 63 respostas nos últimos cinco dias úteis, a expectativa para o juro básico no fim deste ano também seguiu em 13,75%. Para o término de 2023, as 63 revisões feitas nos últimos cinco dias úteis não alteraram a mediana de 11,25%.
A previsão para a Selic no fim de 2024 continuou em 8,00%, mesmo porcentual de um mês atrás. Já a mediana para o fim de 2025 subiu de 7,63% para 7,75%, de 7,50% quatro semanas antes.
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