No mês de junho, o volume de vendas do varejo ficou 1,6% acima do nível de fevereiro de 2020. No varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, as vendas operam 3,0% abaixo do pré-pandemia.
Os dados fazem parte da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Confira abaixo a variação de cada segmento em comparação com o nível de fevereiro de 2020:
- Artigos farmacêuticos: 24,5% acima;
- Material de construção: 5,2% acima;
- Supermercados: 2,3% acima;
- Veículos: 9,5% abaixo;
- Móveis e eletrodomésticos: 14,8% abaixo;
- Vestuário: 9,9% abaixo;
- Equipamento de informática e comunicação: 11% abaixo;
- Outros artigos de uso pessoal e domésticos: 1,3% abaixo;
- Combustíveis: 0,9% abaixo;
- Livros e papelaria: 36,4% abaixo.
Ainda segundo o IBGE, após um recuo de 1,4% no volume vendido em junho ante maio, o varejo passou a operar 4,6% abaixo do pico alcançado em outubro de 2020, dentro da série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio, iniciada em 2000.
O varejo ampliado, que caiu 2,3% em junho ante maio, está em nível 8,2% aquém do ápice registrado em agosto de 2012.
Passagem de maio para junho
No período, as vendas no comércio varejista no país recuaram 1,4%, a segunda variação negativa consecutiva do setor, que acumula retração de 0,8% em dois meses, na comparação com o bimestre anterior.
O dado de junho traz a maior variação negativa para o comércio desde dezembro do ano passado, quando a queda foi de 2,9%.
No primeiro semestre do ano, há uma alta acumulada de 1,4% frente ao mesmo período de 2021, e, nos últimos 12 meses, perda de 0,9%. Nesse último indicador, também é o segundo mês consecutivo no campo negativo, o que não acontecia desde agosto de 2017.
A retração na comparação com maio foi disseminada por sete das oito atividades investigadas pela pesquisa.
Duas delas tiveram maior influência sobre o índice geral do varejo: tecidos, vestuário e calçados, com queda de 5,4%, e hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que recuou 0,5% no período.
Para Cristiano Santos, gerente da pesquisa, a atividade de hiper e supermercados teve uma influência importante da inflação ao longo do primeiro semestre do ano.
Entre abril e maio, houve variação de 4% na receita e de 1% no volume de vendas, indicador em que a pesquisa já desconta a inflação. De maio para junho, essa atividade teve queda de 0,5% no volume, mas variou 0,3% em receita. Isso significa que há amplitude menor da inflação, mas o suficiente para que o volume tivesse uma variação negativa, apesar de a receita ficar no campo positivo.
disse Santos
Além disso, o pesquisador destaca o recuo do setor de tecidos, vestuário e calçados, que ainda segue 9,9% abaixo do patamar pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020.
Essa atividade teve uma queda intensa na passagem de maio para junho. Ao longo do ano, houve altas ligadas a uma nova estratégia adotada por essas empresas de também se lançar no comércio eletrônico, de fazer vendas virtuais de forma mais forte do que se fazia antigamente, já que, nesse setor, experimentar um produto antes de comprar é muito importante
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