Na última terça-feira (28), o instituto de pesquisa de consumidores J.D. Power publicou a versão 2022 do seu tradicional Estudo da Qualidade Inicial de veículos nos EUA, no qual identificou que além de estarem mais caros, os carros novos perderam 11% na qualidade em relação à análise feita no ano passado.
A piora, considerada a mais acentuada desde que a empresa norte-americana divulga o seu ranking de marcas, é atribuída, principalmente, à escassez de chips e outros componentes na cadeia de suprimentos.
No caso dos veículos elétricos, o cenário é ainda mais sombrio: com a Polestar na última colocação, e a Tesla no sétimo lugar. Porém, ambas não estão no ranking por não serem elegíveis pelos critérios do estudo de qualidade.
Como na edição anterior da pesquisa, o grande nó da indústria automobilística mundial continua sendo o software, responsável por seis dos 10 problemas reclamados.
A principal queixa foi sobre um dos recursos mais usados em carros novos: os apps Apple CarPlay e o Android Auto, que espelham imagens dos smartphones nos displays dos veículos. O maior desafio tem sido fazer a conexão à internet funcionar.
Mas, o problema não está em falhas de dispositivos, mas na ausência dos próprios dispositivos. Para driblar a escassez de chips, cada vez mais carros têm deixado as montadoras sem recursos de assistência ao motorista, como assentos aquecidos, assistente de estacionamento, além de fornecer, no máximo, um único keyfob.
O levantamento deste ano baseou-se em informações prestadas por 84.165 proprietários e locatários de veículos pessoais, registradas no período de novembro de 2021 até fevereiro de 2022. Ao todo, foram analisadas 33 marcas e 189 modelos de carros diferentes.