• Economia

Juros sobem no Brasil e nos EUA; até onde vai o aperto monetário?

A última quarta-feira (4) foi dia de decisão das taxas de juros no Brasil e nos EUA. Por aqui, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual para 12,75% ao ano. Nos EUA, o Fomc (Comitê de Mercado Aberto do Federal Reserve, o BC dos EUA) subiu os juros em 0,5 ponto percentual para o nível entre 0,75% e 1% ao ano.

As elevações eram esperadas pelo mercado e já estavam precificadas. As atenções estavam principalmente voltadas para o comunicado das autoridades monetárias e as possíveis sinalizações sobre a continuidade da alta de juros nos dois países.

Nos EUA, Jerome Powell, presidente do Fed, concedeu entrevista coletiva logo após a decisão. O chairman afirmou que o Fed não considera “ativamente” elevar os juros em 0,75 ponto percentual nas próximas reuniões, indicando uma possível “tirada de pé” no aperto monetário. Para muitos analistas, Powell estabeleceu o roteiro para mais dois aumentos de 50 pontos base nas taxas de juros nas próximas reuniões.

Resta saber como a inflação vai se comportar neste cenário, já que os preços não param de subir nos EUA e continuam batendo recordes. Em março, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 8,5% na base anual, o maior nível dos últimos 41 anos.

“A sinalização do Fed foi mais dovish (leniente). Lembre-se de que quanto mais demoram, mais intenso e prolongado será o ciclo de aperto monetário”, afirma o analista Renan Zanella, da Convex Research.

Aqui no Brasil, o comunicado do Banco Central indicou que deve haver mais uma alta na próxima reunião do Copom, mas de menor magnitude. Com a alta desta quarta-feira, a Selic atingiu o maior nível desde o começo de 2017. A taxa básica de juros brasileira vem subindo em todas as reuniões do Copom desde março de 2021, quando havia atingido seu menor nível histórico de 2% ao ano.

Analistas também avaliam se o nível atual é suficiente para frear a pressão inflacionária, que continua preocupando o mercado.

Em março, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial no país, subiu 1,62% – maior nível para o mês nos últimos 28 anos – e atingiu uma alta acumulada de 11,3% em 12 meses.

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