O IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) de maio foi divulgado na última terça-feira (30) pela FGV (Fundação Getulio Vargas) e apresentou deflação de 1,84%. Nos últimos 12 meses, o índice acumulou queda de 4,47%.
De acordo com levantamento do economista Richard Rytenband, CEO da Convex Research, esta é a maior deflação em 12 meses do IGP-M desde o início do Plano Real, há quase 30 anos. (veja imagem abaixo).
Segundo a FGV, a deflação de 2,72% registrada em maio no índice de preços ao produtor (IPA) – um dos principais componentes do IGP-M – foi a maior da sua série histórica.
“[esta queda] foi influenciada pela redução dos preços de cinco grandes commodities, que juntas, respondem por aproximadamente 1/4 do peso total do IPA. Entre essas, vale citar o comportamento dos preços do minério de ferro (de -4,41% para -13,26%) e da soja (de -9,34% para -9,40%)”, afirma André Braz, coordenador dos Índices de Preços.
Veja abaixo a variação do IGP-M nos últimos 12 meses:
Abaixo, confira o gráfico com a evolução dos índices que compõem o IGP-M:
IPCA registra alta
Enquanto o IGP-M vem registrando deflação nos últimos meses, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial do país e é calculado pelo IBGE, continua em alta e acima da meta do governo.
O último dado divulgado mostra inflação de 0,61% em abril, totalizando 2,72% no acumulado do ano e 4,18% nos últimos 12 meses.
No caso do IGP-M, a maior parte (60%) é composta pelo IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo), que reflete a variação de preços no atacado. Esses preços são bastante afetados pela variação das commodities, como explicou o coordenador da FGV.
Além do IPA, IGP-M também é composto pelo IPC (Índice de Preços ao Consumidor) e pelo INCC (Índice Nacional de Construção Civil), com 30% e 10% de participação, respectivamente.
Jefferson Souza especialista em investimentos da Semeare, explica que na prática o consumidor final sente mais a oscilação do IPC. “Ele reflete a variação de preço na última ponta, como preço dos alimentos, combustíveis, educação, saúde por exemplo”, diz.