A economia global vem passando por um momento conturbado, com juros elevados na maior parte dos países e inflação muito acima da meta dos bancos centrais, o que causa a temida “estagflação” – quando a economia fica estagnada ou em contração e mesmo assim os preços continuam subindo.
O economista Richard Rytenband, CEO da Convex Research, explica que a semente dos problemas econômicos começa a ser plantada no período de expansão da atividade.
Isso acontece quando os governos, normalmente motivados por agendas políticas, querem incentivar a economia além da capacidade, gerando distorções e enviando uma série de sinais equivocados para o mercado e para quem faz parte da economia real.
“Por exemplo, quando há redução de juros ‘à força’ ou oferta de crédito subsidiado, começa-se a enviar uma mensagem para todos os empreendedores: o capital é farto, pode se endividar, pode investir pesadamente que há uma demanda gigantesca. E todos começam a ir nessa direção, incentivando o endividamento”, explica.
Com dinheiro barato, como aconteceu recentemente, projetos absurdos são aceitos e começa a haver desperdício. “Há um problema que ocorre na economia real, com famílias e empresas se endividando além da conta, assumindo projetos que não param em pé e não acrescentam nada para a oferta e capacidade produtiva da economia.
No mercado financeiro, os problemas também aparecem. Negligencia-se gerenciamento de riscos, começa a acontecer uma distorção na precificação de ativos. “Os ativos estão sendo inflados artificialmente”, aponta Rytenband.
Quando as coisas começam a dar problema, os bancos centrais passam a injetar mais dinheiro na tentativa de postergar a recessão, o que funciona apenas por um tempo. Quando começa a aparecer a inflação de preços batendo no consumidor comum, aí o BC não tem mais como segurar a narrativa.
“O Fed até tentou por um tempo, falando que a inflação era temporária”, lembra o economista. Pouco depois, no entanto, as autoridades admitiram o problema que havia se formado.
Com a inflação fora de controle, os juros sobem de forma expressiva, na tentativa de segurar o avanço generalizado dos preços. Juros altos, famílias endividadas, desaquecimento do mercado de trabalho, confiança abalada. Tudo isso “trava” o crescimento da economia, que se estagna ou começa a se contrair.
Pronto, está feito o estrago: economia “parada” (ou em contração) e inflação alta, criam a armadilha da estagflação.
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