Pela primeira vez desde novembro do ano passado, os Barômetros Globais, medidos pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em parceria com o Instituto Econômico Suíço KOF, da ETH Zurique, subiram de forma disseminada entre as regiões em fevereiro de 2023. O destaque ficou para a melhora do ambiente na região da Ásia, Pacífico e África.
Os barômetros econômicos globais consistem em um conjunto de indicadores que permite a construção de uma análise tempestiva do desenvolvimento econômico global.
O sistema é formado por dois indicadores compostos: um barômetro coincidente, que reflete o estado atual da atividade econômica, e um barômetro antecedente, que emite um sinal cíclico cerca de seis meses à frente dos desenvolvimentos econômicos reais.
Os resultados dos dois componentes são coletados a partir de pesquisas em 50 países.
Segundo Paulo Picchetti, pesquisador do FGV IBRE:
“O desempenho dos Barômetros Globais reflete os impactos imediatos e de perspectivas futuras do fim da política de COVID-zero na China sobre o nível de atividades na região e no restante do mundo. A intensidade da crise energética decorrente dos conflitos regionais na Europa aparenta ter sido menor que a inicialmente estimada, colaborando também para essas expectativas. No entanto, os desafios da política monetária ante à trajetória de aumentos de preços ao redor do mundo persistem, o que ainda não permite afastar a hipótese de alguma desaceleração do nível de atividades ao longo do ano.”
Barômetro Coincidente
Em fevereiro de 2023, o Barômetro Econômico Global Coincidente subiu 6,2 pontos, para 83,3 pontos. Com isso, recuperou quase 50% das perdas registradas nos três meses anteriores.
A principal contribuição para o resultado veio da a região da Ásia, Pacífico e África, com 5,0 pontos para a alta de 6,2 pontos do indicador Coincidente.
Na sequência, estão o Hemisfério Ocidental, com 0,8, e a Europa, com 0,5 ponto.
“A alta do indicador regional da Ásia, Pacífico & África reflete a reabertura da economia chinesa, com o fim da política de Covid zero, e o impacto desta abertura em outros países da região”, afirma um trecho do press release veiculado pelo FGV IBRE.
Todos os indicadores setoriais avançaram no mês – cenário que não era visto desde março de 2021. Entre os 5 setores, o de Serviços registrou o maior nível, pelo 3º mês consecutivo.
Barômetro Antecedente
O Barômetro Econômico Global Antecedente subiu ainda mais expressivamente, com uma alta de 11,2, ficando em 90,5 pontos em fevereiro – o maior nível desde março do ano passado.
Portanto, recuperou mais de 100% das perdas no mesmo período de comparação.
Assim como o outro indicador, o Barômetro Antecedente contou com a forte contribuição da região da Ásia, Pacífico e África, com 8,6 pontos para a alta.
A Europa e o Hemisfério Ocidental contribuíram no mesmo sentido, mas em menor magnitude, com 1,7 e 0,8 ponto, respectivamente.
Entre os setores, a alta foi generalizada, com destaque para a Indústria, com crescimento de quase 14 pontos no mês.
Assim como ocorreu no indicador Coincidente, a Construção teve o menor nível entre os setores, refletindo pessimismo para os próximos meses.
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