Na última quarta-feira (11), a Americanas anunciou que durante uma análise preliminar, encontrou “inconsistências contábeis” da ordem de R$20 bilhões relacionadas à contas de fornecedores. Sergio Rial, presidente executivo, decidiu deixar a companhia após o comunicado.
A saída de Sergio Rial da companhia foi motivada pela “consequente alteração de prioridades da administração”. A Americanas afirmou que Rial continuará como assessor dos acionistas de referência, Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles.
Além de Rial, André Covre, diretor financeiro e de relações com investidores, também renunciou ao seu cargo na varejista. Tanto Rial quanto Covre foram empossados em 2 de janeiro 2023 e a saída tem efeito imediato.
A Americanas informou que, mesmo que tenha sido possível determinar todos os impactos do problema no balanço da empresa “neste momento”, acredita que “o efeito caixa dessas inconsistências seja imaterial”.
Essas inconsistências foram notadas em lançamentos contábeis redutores da conta de fornecedores em anos anteriores, incluindo 2022. O valor de R$ 20 bilhões refere-se à data-base de 30 de setembro do ano passado.
A empresa explicou que a contabilidade identificou “operações de financiamento de compras em valores da mesma ordem acima, nas quais ela é devedora perante instituições financeiras e que não se encontram adequadamente refletidas na conta fornecedores nas demonstrações financeiras”.
Atualmente, o valor de mercado do grupo de varejo é de aproximadamente R$11 bilhões.
Nomeação de interinos
Com a saída de Rial e de Covre, o Conselho de Administração nomeou interinamente João Guerra para os cargos de presidente e diretor de RI.
De acordo com a empresa, o executivo conta “com ampla trajetória na companhia nas áreas de tecnologia e recursos humanos, e não envolvido anteriormente na gestão contábil ou financeira”.
Além disso, o Conselho criou um comitê independente para apurar as circunstâncias que ocasionaram as referidas inconsistências contábeis.
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