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Anfavea: produção de veículos em 2022 cresceu 5,4% ante 2021

Conforme dados divulgados nesta sexta-feira (6) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), o setor automotivo do Brasil fechou o ano de 2022 com 2,37 milhões de unidades produzidas. O dado é 5,4% maior que o registrado em 2021.

A ANFAVEA apontou que a alta foi influenciada pela “sensível redução nas paralisações de fábricas no segundo semestre, com uma melhora parcial no fluxo de componentes eletrônicos”.

Somente em dezembro, a produção recuou 9,2% na comparação com o mesmo mês de 2021. Frente a novembro, houve recuo de 11,3%, em variação negativa também explicada pelas férias coletivas de fim de ano nas fábricas.

Para o ano de 2023, espera-se um aumento de 2,2% na produção de autoveículos, com 2,42 milhões de unidades. Para automóveis e comerciais leves, projeta-se alta de 4,2% e, no caso de caminhões e ônibus, queda de 20,4%, devido a mudança da regra de emissões para o Proconve P8, que deve provocar um inevitável reajuste de preços.

Vendas no mercado interno

Como de costume, dezembro foi o mês de maior volume de vendas ao longo de todo o ano, com 216,9 mil unidades licenciadas. O valor é 4,8% maior que dezembro de 2021.

O acumulado do ano chegou a 2,104 milhões de unidades, ficando 0,7% abaixo do acumulado do ano anterior. Este dado confirmou o quadro de estabilidade que já era previsto pela ANFAVEA desde a metade do ano.

O melhor desempenho foi observado no setor de automóveis e ônibus, mas a queda de caminhões e comerciais leves puxou para baixo o resultado geral.

A ANFAVEA projeta que, em 2023, ocorra vendas de 2,17 milhões de autoveículos, uma alta de 3% sobre 2021. Mais uma vez, os leves deverão puxar o número, com elevação estimada em 4,1%, ante queda de 11,1% dos veículos pesados.

Exportações

Segundo a entidade, este foi o indicador mais positivo da indústria automotiva em 2022. A projeção era de alta de 22%, mas os 480,9 mil autoveículos exportados no ano resultaram em um crescimento de 27,8% sobre 2021.

A ANFAVEA classificou o quadro como “surpreendente”, considerando as restrições de comércio exterior impostas pela Argentina, o maior parceiro comercial do Brasil, em crise.

Por outro lado, a entidade apontou para um sensível crescimento dos embarques para todos os outros mercados latino-americanos. Principalmente países como México, Colômbia e Chile permitiram o bom resultado no ano.

Por conta do envio mais significativo de veículos com maior valor agregado, como SUVs, caminhões e ônibus, as exportações tiveram alta ainda maior, de 37,6%.

Para 2023, a expectativa é de ligeira queda de 2,9% ainda puxada pela Argentina. A ANFAVEA estima exportação total de 467 mil unidades.

Projeções

Durante a primeira coletiva de imprensa de 2023, Márcio de Lima Leite, presidente da ANFAVEA, disse que o Brasil tem uma série de lições de casa a serem feitas para que o mercado deixe de andar de lado como nos últimos anos.

“A questão do crédito é o tema mais urgente a ser atacado. Precisamos de juros mais baixos para atrair mais compradores para os veículos novos, sobretudo os modelos de entrada. Além disso, temas como a reindustrialização e a descarbonização nos impõem desafios e oportunidades. Vamos continuar mantendo o diálogo com os novos governantes em nível federal e estadual, além dos parlamentares, de forma a contribuir para o fortalecimento da nossa indústria ante uma conjuntura global cada vez mais competitiva”, pontuou o presidente.

Entre em contato com a redação Money Crunch: imprensa@moneycrunch.com.br

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