Conforme dados publicados nesta sexta (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) – conhecido como a prévia da inflação oficial – teve alta de 0,52% em dezembro, fechando o ano com variação acumulada de 5,90%.
Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta em dezembro:
- Transportes: de 0,49% para 0,85%;
- Alimentação e bebidas: de 0,54% para 0,69%
- Vestuário: de 1,48% para 1,16%
- Saúde e cuidados pessoais: de 0,91% para 0,40%
- Habitação: de 0,48% para 0,40%
- Artigos de residência: de 0,54% para 0,46%
- Despesas pessoais: de 0,27% para 0,39%
Destaque para Alimentos e Transportes
Ao longo de todo o ano, os alimentos puxaram a alta no IPCA-15. O grupo está no topo da lista dos maiores impactos de 2022 ,com 2,47 p.p. e alta de 11,96%.
Na passagem de novembro para dezembro, os preços dos alimentos para consumo no domicílio subiram 0,78%, influenciados pelas altas da cebola (26,18%) e do tomate (19,73%). Nos últimos três meses, as variações acumuladas desses dois produtos foram de 52,74% e 49,84%, respectivamente.
Os preços do arroz (2,71%) e das carnes (0,92%) também subiram em dezembro, contribuindo para a alta. Por outro lado, destaca-se a redução nos preços do leite longa vida (-6,10%) pelo quarto mês seguido. Mesmo com a desaceleraçaõ, o produto encerrou o ano de 2022 com aumento de 25,42%.
De acordo com o IBGE, a alimentação fora do domicílio apresentou um resultado próximo ao de novembro (0,40%). O lanche teve alta de 0,88%, enquanto a refeição subiu 0,28%.
Em Transportes, o avanço se deu principalmente à alta nos preços das passagens aéreas (0,47%), que haviam recuado quase 10% no mês anterior.
Os preços dos combustíveis (1,79%) seguiram em alta, embora o resultado tenha ficado abaixo do registrado em novembro (2,04%).
A gasolina (1,52%) contribuiu com o maior impacto individual no índice do mês, 0,07 p.p., enquanto o etanol (5,44%) teve a maior variação. Óleo diesel (-1,05%) e gás veicular (-1,33%) tiveram queda em dezembro.
Demais grupos
Vestuário (1,16%) apresentou a maior variação, fechando o ano com a maior alta acumulada (18,39%) entre os grupos. Todos os itens pesquisados tiveram alta.
As maiores contribuições vieram de roupas femininas (1,54%) e masculinas (1,47%), ambas com 0,02 p.p. O grupo teve alta em todos os meses de 2022, sendo a maior delas em abril (1,97%) e a menor em agosto (0,76%).
O grupo Saúde e cuidados pessoais ocupa o segundo lugar no ranking dos maiores impactos no ano, contribuindo com 1,38 p.p.
O IBGE apontou que a desaceleração foi causada, em grande parte, pelos itens de higiene pessoal, que passaram de alta de 1,76% em novembro para 0,04% em dezembro.
Em Habitação, a principal contribuição veio da energia elétrica residencial (0,87%), com 0,03 p.p. As variações das áreas pesquisadas ficaram entre -0,71% no Rio de Janeiro e 18,78% em Brasília.
Também houve alta da taxa de água e esgoto (0,83%), devido aos reajustes de 11,82% no Rio de Janeiro (9,00%), em vigor desde 8 de novembro, e de 10,15% em Belém (5,62%), válido desde 28 de novembro.
O gás encanado (-0,45%) teve queda, por conta da redução de 2,47% das tarifas no Rio de Janeiro (-1,41%).
Variação por região
Todas as regiões do país registraram alta do IPCA-15 no mês de dezembro.
A maior variação foi registrada em Goiânia (0,89%), influenciada pelas altas da gasolina (2,74%), da energia elétrica (4,13%) e do tomate (33,75%).
O menor resultado ocorreu em Salvador (0,36%), devido a a queda de 3,50% nos preços da gasolina.
A coleta dos preços para o IPCA-15 ocorreu de 15 de novembro a 13 de dezembro, sendo comparados com aqueles vigentes de 14 de outubro a 14 de novembro.
Este indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, Brasília e do município de Goiânia.
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