Conforme dados divulgados nesta sexta (25) pelo Banco Central, as contas externas do Brasil registraram um déficit de US$ 44 bilhões nos dez primeiros meses do ano. Em comparação com o mesmo período de 2021, o aumento foi de 46,2% (-US$ 30,1 bilhões).
O BC afirmou que o aumento no déficit das contas externas na parcial de 2022 está relacionada, principalmente, a uma piora na conta de serviços (mais gastos no exterior, incluindo viagens) e de renda (aumento das remessas ao exterior pelas empresas).
Apenas no mês de outubro, o déficit nas contas externas somou US$ 4,62 bilhões, ante os US$ 6 bilhões no mesmo mês do ano passado.
Para todo o ano de 2022, o banco espera um déficit de US$47 bilhões. Caso essa piora realmente ocorre, o déficit será o maior desde 2019 (-US$ 65 bilhões).
Investimentos estrangeiros
Contudo, simultaneamente, os investimentos estrangeiros diretos na economia – os maiores em sete anos – foram suficientes para “financiar” o déficit das contas externas.
De acordo com o Banco Central, os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira totalizaram US$ 73,95 bilhões de janeiro a outubro deste ano – o maior patamar desde 2014 (US$ 74,76 bilhões).
Apenas em outubro, a entrada de investimentos estrangeiros no país somou US$ 5,54 bilhões, com crescimento na comparação com o mesmo mês do ano passado – quando somou US$ 3,37 bilhões.
Em 12 meses, os investimentos estrangeiros somaram US$ 73,8 bilhões até outubro deste ano, contra US$ 71,6 bilhões no mês anterior (setembro) e US$ 50 bilhões em outubro de 2021.
Ao longo de todo o ano de 2021, os investimentos estrangeiros no país totalizaram US$ 46,44 bilhões. A previsão do BC, que já foi ultrapassada, era de de que, em 2022, eles chegariam a US$ 66 bilhões.
Gastos de brasileiros no exterior
O Bacen informou que os os gastos de brasileiros com viagens ao exterior somaram US$ 1,06 bilhão em outubro deste ano. Em outubro de 2021 o gasto foi de US$ 531 milhões.
No acumulado dos 10 primeiros meses de 2022, os gastos de brasileiros no exterior somaram US$ 10,05 bilhões. Isso representa um aumento de 161% na comparação com o mesmo período do ano passado (US$ 3,84 bilhões).
Os números do BC mostraram, portanto, que os gastos de brasileiros no exterior ainda não retomaram o patamar pré-pandemia, quando as despesas geralmente ficavam acima de US$ 1,3 bilhão por mês, podendo superar US$ 2 bilhões em meses de alta temporada.
As influências sobre as despesas de brasileiros no exterior envolvem o o nível de atividade econômica e o preço do dólar, usado nas transações internacionais.
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