De acordo com o Panorama da Pequena Indústria, divulgado nesta segunda (7) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a falta ou o alto custo de matéria-prima não é mais o principal problema para as indústrias extrativa e de construção de pequeno porte.
No terceiro trimestre deste ano, esse problema passou a ocupar o segundo e quarto lugares, respectivamente.
Porém, para a indústria de transformação, o problema ainda permaneceu no primeiro lugar do ranking, recebendo 40,5% das indicações dos empresários da indústria de pequeno porte. Mesmo assim, houve redução de 11,3 pontos porcentuais nas assinalações no segmento entre o segundo e terceiros trimestres.
A alta carga tributária segue entre os principais problemas para todos os setores, ocupando a segunda posição para a indústria da transformação (34,8% das assinalações) e para a construção (28,7%).
O problema ganhou relevância para a indústria extrativa, ficando em primeiro lugar nos entraves relacionados, com 30,8%, um aumento de 5,3 pontos porcentuais em relação ao segundo trimestre.
A questão da demanda interna insuficiente manteve-se nas primeiras posições dos problemas relacionados tanto para a indústria extrativa (21,2%), no terceiro lugar, quanto para indústria de transformação (21,7%), no quarto lugar.
No referente à indústria da construção, as taxas de juros elevadas ganharam relevância, com alta de 5,7 pontos porcentuais entre as indicações dos empresários, alcançando o primeiro lugar no ranking dos entraves para o setor com 31,0%.
Esse problema também foi considerado importante para a indústria de transformação, ocupando o terceiro lugar entre os entraves mais assinalados (22,7%).
Impactos no desempenho
O levantamento mostrou que a melhora relacionada à falta ou alto custo de matéria-prima impactou o desempenho e as condições financeiras das empresas.
O Índice de Desempenho das indústrias de pequeno porte foi de 48,8 pontos em setembro. No terceiro trimestre, o indicador foi de 49,0 pontos.
“O resultado pode ser considerado positivo, pois supera a média histórica para o trimestre (45,3 pontos). O resultado também supera a média do terceiro trimestre de 2021 (47,4 pontos)”, destacou a CNI.
O Índice de Situação Financeira das pequenas indústrias alcançou 43,7 pontos no terceiro trimestre de 2022, o melhor resultado desde o quarto trimestre de 2013, com alta de 2,5 pontos em relação ao segundo trimestre do ano.
A melhora da situação financeira está relacionada ao aumento dos indicadores de satisfação com o lucro operacional, de satisfação com a situação financeira e de facilidade de acesso ao crédito no período analisado.”, disse a entidade.
Já o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) da pequena indústria teve queda de 3,2 pontos em relação a setembro, indo a 58,7 pontos em outubro.
Perspectivas
O Índice de Perspectivas da pequena indústria alcançou 50,8 pontos em outubro, uma queda de 2,0 pontos em relação ao mês anterior, apesar de o indicador vir apresentando variação em patamar elevado.
Apesar da recente queda, as perspectivas seguem em patamar positivo. O indicador manteve-se acima da média histórica de 46,8 pontos e acima da linha divisória dos 50 pontos ao longo de todo o trimestre”, declarou a CNI.
O Panorama da Pequena Indústria (PPI) é publicado trimestralmente. O período de coleta desta edição foi de 1º a 11 de outubro.
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