De acordo com dados consolidados no mais recente relatório mensal do Coin Trader Monitor, o volume negociado de Bitcoin (BTC) em exchanges de criptomoedas que operam no Brasil caiu 10,28% em agosto.
Em agosto, foram transacionados 31.489,38 BTCs, o equivalente a aproximadamente R$ 3,64 bilhões. Em julho, o total movimentado havia sido de 34.728,75 BTCs (aproximadamente R$ 4 bilhões). Enquanto em junho, o volume negociado fora de 39.769,74 BTCs (aproximadamente R$ 4,8 bilhões).
Este foi o segundo mês consecutivo em que as transações envolvendo a maior criptomoeda do mercado ficam abaixo do volume negociado no exercício anterior, podendo indicar uma tendência de queda do interesse dos investidores brasileiros.
Porém, a queda pode ser vinculada com o movimento mais amplo do mercado de criptomoedas. Após uma alta de 16% em julho, o preço do BTC em dólares recuou 14% em agosto, praticamente anulando os ganhos obtidos pelos investidores no mês anterior.
Em reais, o preço do BTC caiu de R$ 120.903, na abertura dos mercados em 1º de agosto, para R$ 103.770, no fechamento em 31 de agosto.
Recuperação da Binance
No período, a Binance respondeu por 45,06% das negociações de Bitcoin realizadas no Brasil, segundo dados do Coin Trader Monitor. O valor equivale a 14.188,58 BTCs. Em julho, a participação da Binance caíra para 39,33%.
A recuperação do mercado vem após a retomada dos saques via Pix no início de julho. A instituição financeira responsável pela intermediação dos saques e depósitos via Pix dos usuários brasileiros da Binance interrompeu a prestação de serviços sob alegação de que a exchange global estaria descumprindo normas de segurança decretadas pelo Banco Central.
A BitPreço manteve a segunda colocação, com 13,52% do montante total de Bitcoins negociados. NovaDax, BitcoinToYou e Foxbit completam o top 5 do ranking do Coin Trader Monitor.
Porém, embora ocupe apenas a oitava posição no ranking de Bitcoins transacionados no Brasil, atrás ainda do MB e da FTX, a Bitso vem ganhando participação no mercado brasileiro, conforme uma reportagem publicada nesta segunda-feira (5) pelo Valor Econômico.
A exchange aproveitou-se dos problemas momentâneos da líder do mercado brasileiro para investir em uma campanha de marketing agressiva, visando aumentar sua participação em um mercado fortemente aquecido, apesar do atual inverno cripto.
Em entrevista ao Valor, Thales Freitas, CEO da exchange mexicana no Brasil, a estratégia deu resultado. Embora não tenha revelado dados sobre o volume movimentado pela Bitso no mercado nacional, Freitas afirmou que a exchange atingiu a marca de 1 milhão de clientes nos últimos três meses:
A Bitso deu uma mão para os clientes e eles continuaram aqui. Foi impressionante. Dos países em que a Bitso atua, por mais que tenha sido um período de inverno cripto, o Brasil está em uma verdadeira primavera para nós. Estamos crescendo rápido, é uma das taxas de crescimento mais rápidas que já tivemos.
disse o CEO
Entre os meses de julho e agosto, três novos concorrentes inauguraram seus serviços de compra e venda de criptomoedas para investidores do varejo brasileiros: o Nubank, XP Investimentos, através da Xtage, e o BTG Pactual, com a Mynt.
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